domingo, 28 de agosto de 2011
XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Meus irmãos e minhas irmãs, a paz do Senhor!
Neste domingo do tempo comum em que temos a graça de refletir sobre uma bonita vocação da nossa Igreja que a do catequista, nos é dada a oportunidade de pensar sobre um dos temas mais importantes da tradição literário bíblica: o profeta perseguido.
Realmente, o ministério profético não é uma vocação à tranqüilidade, é incômodo para quem fala e para quem ouve. Quem nunca se sentiu ameaçado ao falar a verdade que é Nosso Senhor Jesus Cristo? Muitos, certamente, já passaram por essa experiência. Mas, mesmo com as dificuldades o profeta é sempre seduzido pelo Senhor e se deixa vencer diante de sua força. Assim se realiza o chamado à vocação na vida de cada um.
As leituras bíblicas nos ajudam a compreender isso. Passeando pelo ministério de Jeremias e de Paulo até chegar Jesus Cristo temos a certeza de que somos chamados também a sermos profetas do Reino.
Na primeira leitura (Jr 20, 7-9) que se trata das “confissões” de Jeremias, o profeta se sente envergonhado por Deus que, através de sua missão, coloca-o à margem da sociedade. Para ele a Palavra de Deus se tornou motivo de zombaria e por isso deseja fugir dela, mas a voz de Deus é como fogo que ele não pode abafar. Temos aqui a força do chamado divino. No salmo (62) o salmista canta o desejo ardente de estar com Deus e reconhece a grande proteção em sua vida.
Como exemplo do profeta confiante, podemos destacar um grande santo da nossa Igreja, Agostinho (cuja a memória celebramos no dia 28 deste mês). Ele irá dizer muitos séculos depois dessa passagem: “Senhor, criaste-nos para ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousar em ti”. Na segunda leitura (Rm 12, 1-2) Paulo nos recorda que como Deus nos tornou participantes do sacrifício de Cristo, também nós devemos oferecer-nos a nós mesmos (nosso corpos) em sacrifício, que sendo realizado por obra do Espírito se torna espiritual. De fato, o cristão não deve agir segundo a carne (mentalidade do mundo), mas deve se deixar transformar pelo Espírito na busca da vontade de Deus. Já no Evangelho (Mt 16, 21-27) a confissão da messianidade de Jesus, que os discípulos fazem através de Pedro, abre-os para a compreensão do sentido dado por Jesus a sua messianidade: a do servo sofredor. Como percebemos, inicialmente, Pedro tenta ser obstáculo para tal compreensão. Messias sofredor!!! Como isso pode acontecer? Quais as conseqüências para o discípulo? Quem quer segui-lo, isto é, quem quer ser discípulo, não tem outra alternativa senão viver em si o sacrifício de Cristo (que lembra a 2a leitura) para salvar a sua própria vida. É de fato uma contradição cristã: perder-se para viver.
Quero ainda nesta reflexão prestar minha homenagem a todos aqueles e aquelas que são catequistas em nossa Igreja. Eles que conosco evangelizam e tornam o nome de Jesus conhecido, o fazem ecoar nos corações. Que vocês não desanimem em tal missão. O próprio Cristo está ao seu lado como o maior modelo de catequista que podemos ter. Respondam sempre com amor esse chamado em sua vida. Que Deus os cumule sempre de graças e bênçãos vindas do céu.
Ainda faça a seguintes perguntas a você, caro internauta: estamos fazendo da nossa cruz não um motivo de sofrimento, mas de santificação? Como podemos ajudar o irmão a carregar a sua cruz?
Feliz dia do catequista e término do mês vocacional !!! Que Jesus, o bom pastor nos ilumine em seus caminhos.
Fraternalmente,
Pe. José Aércio dos Santos Oliveira.
Administrador Paroquial
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Huuum, perguntas de dificeis respostas, viu Pe Aércio?!
ResponderExcluirAcho que quando se trata de falar sobre nossas cruzes, sempre falamos mal, quase nunca procuramos enchergar outro lado. E quando a cruz é do irmão é mais dificil ainda. Mas acho que palavras de consolo e esperança sempre são bem-vindas.
Corrigindo: enxergar* com X.
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