domingo, 30 de outubro de 2011

XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM


Amados e amadas, a todos graça e paz.

Já nos aproximando do advento do Senhor ainda continuamos vivendo este tempo rico em espiritualidade litúrgica que é o tempo comum. Neste domingo, é percebível que a mais áspera censura que Jesus dirige aos fariseus é a hipocrisia.

O que havia entre os fariseus é que eles tinham toda a aparência da verdadeira fidelidade a Javé, mas na realidade a religião que testemunhavam era estranha à aventura da fé, e em lugar de levar os homens a Deus, não faziam mais que atrair os olhos sobre si. Diante disso, se entende a reação forte do Cristo. De fato, não há nada mais estranho à religião do amor que o legalismo farisaico com todas as suas conseqüências.

Assim nos vem uma primeira reflexão: será verdade que a acusação de hipocrisia se encontra com mais freqüência nos cristãos que nos outros? Depois ainda podemos pensar: será que a hipocrisia constitui a tentação por excelência de todos que querem viver a sua fé autenticamente? Vale lembrar que precisamente aqueles que têm responsabilidade estão, mais do que os outros, em perigo de se comportarem com certa hipocrisia. Para permanecer a cima das partes, para não tomar decisões que possam desagradar, são tentados a não intervir, a responder de maneira evasiva, mesmo quando se exigir uma opção clara, uma tomada de posição decidida, até perigosa e impopular.

A liturgia da Palavra aprofunda este tema da hipocrisia em contrate com a autenticidade da fé, vejamos:

Na primeira leitura (Ml 1, 14b-2,1-2.8-10) temos uma perfeita ligação com o Evangelho onde se relata um trecho de Malaquias contra os sacerdotes que são amaldiçoados por Deus por terem se afastado do caminho reto e se tornado pedra de tropeço para o povo com seu ensinamento.

As mesmas palavras podem valer para o nosso tempo. É, de fato, um convite a serem unidos no bem, tendo todos um mesmo Pai. Já o salmo (130) demonstra toda a humildade do povo de Israel que pede a proteção de Deus na qual encontra a sua paz. Já na segunda leitura (1Ts 2,7b-9.13) podemos nos perguntar: por que nasceu uma comunidade fervorosa em Tessalônica? Paulo lá chegou sem pretensões nenhuma querendo até dar a sua própria vida. Desse testemunho nasceu a exortação a uma vida digna de Deus.

A comunidade compreendeu que aquela palavra humana, anunciada, era Palavra de Deus. Assim, fica visível que uma pregação não apoiada pelo testemunho não tem a força do Espírito Santo. No Evangelho (Mt 23, 1-12) Mateus relata o encontro de Jesus com os fariseus não para dele fazer simples história, mas é uma iniciativa catequética contra hipocrisia. Desde a cristandade houve os que se sentassem na cátedra de Moisés para dizer e não fazer; os que se apresentassem como mestres e observantes da lei, mas não a cumprissem; os que recusassem ser pequenos e servir aos irmãos. As palavras do Evangelho, em seu sentido original, são uma advertência a quem e líder na comunidade. Os que anunciam o Evangelho não têm o direito de desmenti-lo por uma vivência falsa.

Mediante a essa palavra quero deixar algumas reflexões: ensinamos o que é vontade de Deus ou aproveitamos o momento para nos sentirmos maiores e melhores que os outros? Servimos ou somos servidos? Antes de querer converter os outros, procuramos nos converter a nós mesmos? Somos daqueles que querem impor a própria religião aos outros?

Neste fim do mês missionário, peçamos ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua colheita a fim de que todos, um dia, possam conhecer e amar Jesus.

Deus abençoe a todos!


Pe. José Aércio dos Santos Oliveira.
Administrador Paroquial

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