domingo, 6 de novembro de 2011

A SOLENIDADE DO DIA DE TODOS OS SANTOS


Meus irmãos e irmãs em Jesus, o Santo de Deus, paz e bem para todos.


Neste domingo a Igreja militante honra a Igreja triunfante “celebrando numa única solenidade todos os santos” – são palavras que o sacerdote pronuncia na oração da missa para render cumulativamente homenagem àquela multidão de santos que povoam o Reino dos céus.

A origem da festa remonta a século IV. Mas ela tem fundamentos na Sagrada Escritura. De fato, no princípio, a Bíblia reservou a Javé o título de “santo”, palavra que tinha então um significado muito próximo ao de “sagrado”. Deus é o “Outro” tão elevado que o homem não pode pensar em participar da sua vida. Diante de sua santidade o homem não pode deixar de ter respeito e temor.

Mas no Novo Testamento a aspiração a santidade se realiza completamente no Cristo; ele irradia á santidade de Deus, sobre ele repousa “o Espírito de Santidade”; ele reivindica o título de “santo”. E, realmente, ele santifica toda a humanidade. Tornado “Senhor”, transmite a sua santidade à Igreja por meio dos sacramentos que trazem ao homem a vida de Deus. Esta doutrina era tão viva nos primeiros séculos que os membros da Igreja não hesitavam em se chamar de “santos” e a própria Igreja era chamada “comunhão dos santos”.

Fica bem claro que a santidade não é fruto do esforço humano, que procura alcançar a Deus com suas forças, e até não é heroísmo; ela é dom do amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina. Ela é construída a cada dia, em nossas tarefas e no compromisso com o Evangelho de Jesus Cristo. Nossa santidade não é questão apenas de preces e orações. É Deus que nos santifica e nós devemos tornar nosso agir de tal maneira que corresponda à nossa dignidade de santificados por Deus.

Os santos viveram sua vida terrena e hoje desfrutam a alegria de estar ao lado de Deus. São modelos para nós. Temos exemplos de Francisco de Assis, São João Batista – nosso padroeiro, São João da Cruz, Santa Rita e de muitos outros.

A liturgia desta solenidade nos ajuda a aprofundar o seu significado. Vejamos:

Na primeira leitura (AP 7, 2-4, 9-14) temos o trecho que está no meio da seção que se denomina “os sete selos”. Estes são abertos por Jesus que é o Cordeiro Imolado que se apresenta por meio de sua paixão como revelador da vontade de Deus. Neste contexto, a visão que é o sentido da leitura, tem por fim indicar os “assinalados” do Israel ideal, isto é, da Igreja, que são abençoados e protegidos por Deus. O salmo (23) irá destacar que para entrar na habitação de Deus, isto é, em sua casa, se dever estar no estado de santidade total de modo que se tenha “mãos puras e inocente coração”. Na segunda leitura (1 Jo 3, 1-3) João considera aqui o cristão na sua realidade concreta de individuo que está em comunhão com o Pai e o Filho e indica o motivo dessa comunhão no fato de ser ele agora realmente filho de Deus e objeto do amor de Pai.

No Evangelho (Mt 5, 1-12a) temos os Bem - aventurados. Aqui temos a felicidade prometida que pertence somente aos que temem a Deus. Ela foi e é prometida por Jesus a várias categorias de pessoas, entre as quais predomina as dos pobres. Ora, a esses pobres, e esses deserdados, a essa gente que não conta na sociedade é agora oferecida a felicidade, se souberem pôr sua confiança no Senhor. De fato, ela é possível porque Jesus está presente, e é oferecida aos que ouvem com fé, apesar da dura realidade de sua situação atual.

Para você, caro internauta, lanço as seguintes perguntas para sua reflexão: o que é santidade para nós? Estamos convencidos de que ela é construída a cada momento de nossa vida?
Que Deus abençoe e proteja a todos.



Pe. José Aércio dos Santos Oliveira.
Administrador Paroquial

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