domingo, 26 de fevereiro de 2012
I DOMINGO DA QUARESMA
QUARESMA - JEJUM,ABSTINÊNCIA E ORAÇÃO
Meus amados e amadas.
Iniciamos com a quarta feira de cinzas o grande retiro chamado pela Igreja de Quaresma.
Este tempo é rico em espiritualidade no sentindo de nos penitenciarmos e assim clamarmos a misericórdia de Jesus em nossa vida. Neste primeiro domingo, vemos o Cristo que é levado ao deserto pelo Espírito, para se preparar para a sua missão. Ele deixa os hábitos cotidianos, o ritmo de vida, os laços de família e amizade, para seguir o caminho que o conduzirá à sua páscoa; esse corte do que ficou para traz já é uma antecipação do sacrifício de sua vida.
Também a nós o anúncio do Evangelho de hoje é feito em termos que levam a pensar: “o Reino de Deus está presente”, portanto, mudai de vida, disponde-vos a fazer o que o Evangelho vos propõe. Cristo não admite vários caminhos para o homem. Só há um caminho: converter-se. A conversão é uma atitude que envolve “todo” homem, não só como renúncia ao pecado, mas principalmente como nova orientação para o futuro. Implica freqüentemente uma crise de fé que termina na mais profunda experiência de Deus.
Cada um de nós estará pronto, nossa comunidade estará pronta a crer no Evangelho? A cortar o que ficou para tráz, a levar a sério a aliança com Deus? A viver segundo a “reta consciência”, a deixar-se conduzir pelo Espírito aonde ele o quiser e a percorrer o caminho de Cristo rumo à sua páscoa, com plena disponibilidade a todas as exigências de uma autêntica “conversão”? Não se trata de retocar algo em nossa vida, mas de mudança radical de mentalidade, de quadros de valores, de opções fundamentais. O homem deve crer em alguma coisa e em alguém; não vive sem uma fé.
A quaresma nos convida, como indivíduos e comunidades, a crer no Evangelho, isto é, a libertar-nos de todo ídolo e mitologia; a confiar plenamente no Cristo e em sua palavra; a engajar-nos profundamente no caminho da indicação, passando pelo sacrifício e a cruz, visando atingir a libertação da Páscoa. A conversão a Cristo deve exprimir-se em todos os campos e todas as relações, tanto em pequena escala, entre homem e mulher, como em grande escala, entre as instituições que governam a sociedade, segundo as indicações dos documentos da Igreja. Pensar em conversão rápidas, é precisamente não querer mudar nada; é necessário comprometer-se em algo de concreto, dar um passo cada dia, como a Quaresma nos convida a fazer, é preciso cada dia interrogar-se sobre o que se pode fazer, e querer fazê-lo.
São ricas as leituras deste primeiro domingo, vejamos: a primeira leitura (Gn 9, 8-15) nos mostra que purificados pelas águas do dilúvio se nasce uma humanidade nova. Como já no princípio, Deus quer entrar em relação com o homem e lhe oferecer sua aliança. Para o Senhor, essa aliança com o homem deve ser universal e eterna. Sabemos que Deus não rompe seu pacto, mas será que o homem o observará? Por isso no salmo (24) se irá dizer que a verdade do Senhor orienta e conduz o homem ao bom caminho, seu amor, de fato, é eterno. Na segunda leitura (1Pd 3, 18-22) temos um trecho de alto conteúdo doutrinal que evoca os elementos essenciais do credo apostólico. Jesus morreu por nossos pecados, desceu aos infernos, ressuscitou para nos reconduzir a Deus. Tudo isso se realiza em nós pelo Batismo, que Pedro explica como purificação (simbolismo do dilúvio) que torna o homem apto a viver segundo uma boa consciência, isto é, a viver uma vida virtuosa. No Evangelho (Mc 1, 12-15) Marcos mostra Jesus tanto na pregação do Batista como no batismo com sinais evidentes da messianidade. Portanto, o fato de ligar-se o batismo ao episódio da tentação indica que Marcos vê como ponto fundamental da missão do Filho de Deus a luta contra satanás. Jesus, vencendo o demônio, não só anuncia o Evangelho de Deus, isto é, a salvação, mas realiza e dá inicio ao reino de Deus. Diante dessa realidade se exige do homem mudança de mentalidade que proceda da fé.
Que Deus nos dê uma santa quaresma. Que a exemplo de Jesus que, no deserto, venceu toda a tentação, possamos vencer todo o pecado e nos converter a cada dia para a sua vontade.
A benção do Pai para todos.
Pe. José Aércio dos Santos Oliveira
Administrador Paroquial
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