Alguém pode fazer a pergunta: em que um seguidor de Cristo pode se basear para crer? Qual é o critério sobre o qual construímos o edifício da fé? A primeira resposta é a Sagrada Escritura, com seus 73 livros. Bento XVI a chama de “alma de toda a teologia”. Sabemos que os seus escritos são uma revelação divina, por ter o sinete do Espírito Santo (que age também quando a Palavra é lida). Mas nem tudo o que Jesus ensinou está na Bíblia. Por isso o cristão precisa de uma segunda regra de fé, que é a santa Tradição. Esta se resume nos ensinamentos não escritos na Sagrada Escritura. Por exemplo, quais são os livros inspirados da Bíblia; quantos sacramentos Jesus nos deixou; qual o nosso comportamento diante do aborto...Tais ensinamentos nos vieram pela Tradição viva. Esse sadio depósito da fé é guardado no seio do povo de Deus. Portanto, não só a Bíblia nos conduz “à obediência da fé” ( Rom 1, 5) mas também a grande Tradição da Igreja. Um exemplo da força dessa Tradição é o dogma da ascensão de Maria ao céu, de corpo e alma. Embora isso não esteja nas Escrituras, veio até nós como ensinamento vivo do povo de Deus.
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba
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