quarta-feira, 7 de março de 2012

II DOMINGO DA QUARESMA


Irmãos e irmãs.


Abraão, obediente a Deus, oferece em sacrifício o filho Isaac; é a imagem do Deus mesmo que “não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós”.

Para chegar a alegria e a glória tem-se que percorrer um caminho doloroso, o caminho da cruz e do sofrimento; subir ao monte como Isaac, carregando nos ombros a lenha para o sacrifício. Entretanto, as leituras de hoje nos convidam não tanto a ver o que há de obscuro e penoso na subida, como contemplar o cume da montanha; Cristo, que deixa entrever sua glória, mostra a face luminosa do mistério pascal.

Podemos dizer também que figurado no sacrifício de Abraão, o sacrifício de Cristo é o modelo da nossa resposta de fé e amor ao plano de Deus, em que consiste nosso sacrifício no Espírito.

O Cristo transfigurado é a resposta antecipada ao Cristo sacrificado. Passando pelo caminho da cruz mostra-nos que o amor é a única força capaz de fecundar o sofrimento e dar sentido à sua loucura e esterilidade.

A liturgia da Palavra nos leva a compreender essa realidade do sacrifício e transfiguração de Jesus.

A primeira leitura (Gn 22, 1-2.9a. 10-13. 15-18) relata que a idéia de fé está sempre ligada a Abraão, exemplo de obediência a Deus. Parece que o amor de Deus exige dele o sacrifício de Isaac, mas Deus impede. O Salmo (115) reafirma a mentalidade de que o povo de Israel é um povo que guardar a fé, a exemplo de Abraão, no Deus único e verdadeiro e tenta, mesmo no sofrimento, viver essa experiência. A segunda leitura (Rm 8, 31b-34) mostra que a fidelidade de Deus anunciada na primeira leitura é aqui plenamente proclamada: Deus está com todos os que têm fé e que por ela foram justificados. Cristo que, em sua fidelidade ao Pai, deu a vida por nós, não pretende condenar-nos. Ele nunca se afasta de nós, pois é um Deus fiel. O Evangelho (Mc 9, 2-10) é o ápice da revelação de Jesus, declarado Messias por Pedro. Temos aqui também a incompreensão dos discípulos na Transfiguração (que quer dizer: transformação, mudança). Marcos ressalta isto muito bem. E diz que só há um meio para compreender: ouvir Cristo e confessá-lo como Filho de Deus. Isto, para o evangelista, só será possível se aceitarmos a cruz.

Que o tempo quaresmal seja uma oportunidade de conversão para nós. Que possamos fazer o jejum dos ouvidos para não escutar coisas a toa e sim, aquilo que nos edifica e nos leva a nos transfigurarmos a cada dia, mudarmos nossas atitudes buscando sempre nos voltarmos para Deus.

As bênçãos de Deus para todos!



Pe. José Aércio dos Santos Oliveira
Administrador Paroquial

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