I DOMINGO DO ADVENTO

Meus irmãos e irmãs, a todos a graça e a paz de Jesus Cristo.

Inicialmente peço desculpas aos leitores de minhas reflexões devido a ausência dos textos reflexivos sobre a liturgia do domingo. Este fato aconteceu devido aos inúmeros compromissos que a vida sacerdotal hoje me proporciona. Mas faço votos de nesse tempo riquíssimo que é o tempo do advento refletirmos juntos tão grande importância da Palavra que nos leva a entendermos cada vez mais o santo natal do Senhor.

Mas o que é o tempo do advento? A palavra advento quer dizer “advir”. Como preparação para o natal, começou a ser adotado entre os séculos IV e V. No final do século IV, na França e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum, abstinência e durava seis semanas. Podemos afirmar que o advento celebra a vinda de Jesus Cristo no tempo e na história dos homens para lhes trazer a salvação. É, portanto, o tempo da espera, e o cristão é chamado a vivê-lo em plenitude para poder receber dignamente o Senhor no momento em que vier.

As atitudes exteriores que nos prepara melhor para esta vinda podem ser assim destacadas:

• Manter-se vigilante na fé e na oração em uma abertura atenta e disponível.

• Andar no caminho traçado por Deus.

• Dar testemunho da alegria que Jesus Salvador nos traz.

• Manter-se com um coração pobre e vazio de si, imitando José, Maria, João Batista nosso padroeiro e os outros “pobres” do Evangelho.

Participar da celebração eucarística neste tempo do advento significa acolher e reconhecer o Senhor, que continuamente vem ficar no meio de nós e segui-lo no caminho que leva ao Pai; a fim de que, com sua vinda gloriosa no fim dos tempos, ele nos introduza todos juntos no Reino, para fazer-nos “tomar parte na vida eterna”, com os bem-aventurados e os santos do céu.

Nos domingos do advento não se canta o hino do glória a Deus nas alturas; mas sempre se faz a profissão de fé: Creio em Deus Pai. A cor litúrgica do Tempo do advento é o roxo; para o III domingo (Gaudete) é permitido o uso da cor rosa como expressão de que a alegria do natal está próxima.

No que diz respeito a liturgia da Palavra neste primeiro domingo do advento temos uma riqueza sem igual que nos ajuda a viver a espiritualidade deste tempo. Vejamos:

Na primeira leitura (Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7) se tem, inicialmente, a seguinte reflexão: se Deus é “pai”, se é “redentor”, por que permite acontecimentos tão dolorosos e tolera filhos tão desobedientes?. É a eterna pergunta da liberdade humana sobre a origem do mal, que o profeta Isaias não resolve, mas anuncia a intervenção de Deus que abrirá os céus e fará na terra grandes coisas e maravilhas que recolocarão todas as coisas em seus lugares, castigando inimigos.

É necessário, pois confiar em Deus para sair da infelicidade. O Salmo (79) exprime o desejo do povo em ter sempre Deus ao seu lado e ao mesmo tempo a sua confirmação da fidelidade ao senhor: “... nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!”. Na segunda leitura (1Cor 1, 3-9) Paulo rende graças e parte da recordação daquilo que Deus operou na comunidade cristã por meio de Cristo; por ele, os coríntios têm o dom da ciência, em virtude do testemunho que dele lhes deu Paulo.

No Evangelho (Mc 13, 33-37) é recordado que o cristão que vive à espera do seu Senhor ou na presença do seu Senhor, que age nos acontecimentos, deve assumir as próprias responsabilidades. A vigilância a que é convidado está explicitada em aspectos positivos, como: a oração, a sobriedade, a fé, a caridade incansável e a resistência ao mal.

Na oportunidade de refletir o grande tempo litúrgico que é o advento quero saldar e parabenizar os romeiros de Nossa Senhora da Penha que na noite de ontem deram uma verdadeira demonstração
de fé e amor a Mãe de Jesus e nossa Mãe. Que ela sempre interceda por nós e, de modo especial, interceda para que vivamos um santo advento em preparação para o natal o seu Filho Jesus.
A todos as minhas orações e um forte abraço!!!



Pe. José Aércio dos Santos Oliveira.
Administrador Paroquial